04/10/2019
Maria Santos, doutoranda em Educação pelo ProPEd/UERJ, comenta sobre sua participação no projeto Currículo nas Escolas
Maria Santos
Doutoranda do ProPEd/UERJ
Como produzir currículo em uma rede de ensino onde todos são diferentes? Esta foi a interrogativa que fiz ao iniciar a participação no projeto. Seria um início de mais um conversa complicada (PINAR, 2011) em que os encontros com professores da rede do município de Niterói/RJ caminham a possíveis interpretativos a um currículo sempre movimentado, como espaço-tempo de produção de sentidos.
Uso a palavra caminham porque este projeto ainda está em andamento. Assim, pensar esses encontros é mais que pensar a que este currículo serve ou a que ele irá servir. Talvez o que ele represente, um movimento que não dá para responder como tanta facilidade, sobretudo em um contexto em que uma base nacional comum curricular está sendo implementada.
Contudo, diria que os momentos se apresentam como um lugar de encontro, onde na medida em que teoriza-se o campo das políticas públicas de currículo, é possível ouvir as história de professores. Mais essas histórias não são apenas histórias de professores no exercício de sua função. Elas são histórias de vida de professores.
Se o magistério é também um processo autobiográfico, me parece que não seja possível pensar um currículo que esteja dissociado de vidas de professores. Currículo e histórias de vida de professores estão sempre cruzadas.
Dessa forma, seria indiferente dizer que isto não está carregado de significados. Por isso, para mim, o projeto tem sido um caminho para interpretar esses sentidos. Trazer problematizações sobre currículo e diferença, teoria do currículo, currículo e avaliação, currículo e cultura, ajuda aos participantes a se perceber nos discursos, nas ações curriculares. E longe de qualquer possibilidade de comparação, no sentido de qual sujeito está fazendo melhor sua prática, pensar como cada um está produzindo currículo.
Estes encontros de conversas complicadas permitem à todos entender a natureza do currículo como experiência educacional. Não sei quais impactos serão possíveis mediante projeto, mas é impossível estar participando dele e não pensar as afetações na minha formação acadêmica-profissional.
Estou sendo movimentada por ele e certamente ele ajudará a mover a teorização de um projeto de doutorando em construção a despeito de uma pesquisa de estudo autobiográfico em quilombolas do Rio Grande do Norte/RN. O deslocamento desse movimento tem sido inquietador e as vezes ou quase sempre, imprevisível.
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